5 dias de experiências exclusivas na Serra Paulista
Um escape para um destino onde o rústico e o refinado estão em harmonia. Onde o aroma de lavanda faz um blend com os de bons vinhos, e onde cada amanhecer traz a promessa de uma nova descoberta.
Aninhada entre as montanhas da Serra da Bocaina, a pequena cidade paulista de Cunha tem o “je ne sais quoi” rural: uma qualidade indefinível que transforma o simples em extraordinário.
Dia 1
A jornada começa com a escolha da pousada. Lavandas de Cunha oferece uma experiência que faz você se sentir como se estivesse em um filme de Nancy Meyers: lençóis de algodão egípcio, vista para campos floridos e um valioso silêncio.

Crédito: Booking.com

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Para quem prioriza localização, a Pousada Cheiro da Terra tem posição privilegiada. Um refúgio acolhedor que serve como excelente base para explorar tudo o que Cunha tem a oferecer.
O primeiro almoço no Quebra Cangalha é um cartão de visitas gastronômico. Entre um gole de vinho e outro, você percebe que está diante de uma cozinha que respeita ingredientes locais sem cair na armadilha do óbvio.


A tarde na vinícola 1300 Estate merece um capítulo à parte. Situada a 1.300 metros de altitude, produz vinhos de altitude que geram surpresa. A degustação, com vista para os vinhedos, é daqueles momentos que você guarda em fotos e na memória sensorial.
Os ateliês de cerâmica são a prova viva de que Cunha não é um destino que se descobriu ontem. A tradição ceramista ali tem raízes profundas, e lugares como o Atelier Suenaga & Jardineiro e a Casa do Artesão mostram que o artesanal pode ser contemporâneo sem perder a alma. As peças são tão elegantes que fazem você repensar toda a disposição da sua mesa de jantar.
E quando o entardecer chega, a Casa do Strudel oferece uma pausa açucarada que é puro comfort with a twist. O chá da tarde ali tem aquele ar europeu, mas com um sotaque caipira que o torna único.
Para o jantar, o Il Pumo é uma joia gastronômica escondida entre as montanhas. Com sua iluminação intimista e paredes de pedra, o restaurante serve uma autêntica culinária italiana com um toque brasileiro. O risoto de funghi com trufa negra é uma experiência transcendental – cremoso na medida certa, com aquele umami que faz você fechar os olhos involuntariamente a cada garfada. A carta de vinhos, cuidadosamente curada, complementa perfeitamente cada prato. Reserve com antecedência.
Dia 2: montanhas, cervejas e oliveiras
No segundo dia, a subida à Pedra da Macela é opcional apenas no itinerário — na experiência, é obrigatória. De lá, a vista faz você entender por que pessoas escalam montanhas: pela perspectiva.
A Cervejaria Wolkenburg traz aquele toque teutônico à experiência. As cervejas artesanais são produzidas com precisão germânica, mas com ingredientes que contam histórias brasileiras.
O almoço no Kallas, com seu famoso Porco na Lata, mostra como a gastronomia rústica pode ser sofisticada sem precisar de floreios.
No Olival de Cunha, uma experiência sensorial te transporta ao Mediterrâneo. Caminhando entre as fileiras de oliveiras, você aprende sobre o meticuloso processo de produção de azeite extra virgem.
A tarde entre oliveiras no Sempre Olivas é cinematográfica. Um piquenique ali, com azeites produzidos a poucos metros de distância, é o tipo de experiência que faz você se perguntar por que demorou tanto para descobrir este lugar. É a Toscana, mas sem o passaporte carimbado e sem os turistas de selfie.
O jantar no Porco & Pizza eleva a experiência de comfort food a novos patamares. Em um ambiente descontraído com forno a lenha à vista, o restaurante combina técnicas italianas tradicionais com ingredientes brasileiros de alta qualidade. A especialidade da casa – como o nome sugere – são as pizzas com cortes suínos preparados lentamente, como a inesquecível pizza com pancetta defumada por 12 horas e finalizada com mel trufado. O contraste entre a massa fina e crocante, a suculência da carne e a doçura do mel cria uma sinfonia de sabores que desafia categorizações. A seleção de cervejas artesanais e vinhos locais complementa perfeitamente esta experiência.
Dia 3: cavalos, lavandas e jantares memoráveis
A cavalgada no Sítio dos Cavalos traz uma conexão terapêutica com a natureza que muitos spas cinco estrelas não conseguem replicar.
Para o almoço, a Cervejaria Caminho do Ouro é uma revelação para os entusiastas de cerveja artesanal. Instalada em um antigo casarão, a cervejaria homenageia a histórica rota do ouro que passava pela região. O mestre cervejeiro, com formação na Bélgica, cria rótulos que contam histórias locais – a Imperial Stout envelhecida em barris de cachaça é particularmente notável, com notas de café, chocolate amargo e um sutil toque caramelizado. O menu de harmonização inclui tábuas de defumados locais e pães artesanais que complementam perfeitamente as diferentes cervejas. A área externa, com vista para as montanhas, proporciona o cenário perfeito para uma tarde de degustação contemplativa.
O Lavandário e o Contemplário são paradas obrigatórias para quem entende que luxo, hoje, é ter tempo para observar. Os campos de lavanda criam uma paleta monocromática que hipnotiza, enquanto o Contemplário oferece aquele silêncio que em muitas cidades não é possível.
Um café da tarde no Café Moara garante tranquilidade com uma estética que mescla elementos escandinavos e brasileiros. Localizado em uma casa de madeira com amplas janelas, o café serve blends exclusivos de grãos cultivados na região. O chá da tarde é uma experiência meticulosamente orquestrada – scones ainda quentes servidos com clotted cream caseira e geleias de frutas nativas, mini quiches de queijo da Serra da Mantiqueira e bolos de especiarias que parecem saídos de um livro de contos. Cada item é servido em cerâmica local, criando uma experiência que alimenta não apenas o corpo, mas também a alma e os olhos.
A Fazenda Aracatu é um portal para o Brasil rural autêntico, mas com um toque de sofisticação que surpreende. Esta propriedade centenária preserva a arquitetura colonial enquanto abraça práticas agrícolas sustentáveis. O tour pelos jardins orgânicos é conduzido pelo próprio proprietário – um ex-executivo que trocou São Paulo pela vida no campo há uma década. Nos pomares, você pode colher frutas diretamente das árvores, enquanto aprende sobre técnicas de permacultura. O highlight da visita é a casa de queijos, onde métodos tradicionais europeus são aplicados ao leite de vacas Jersey alimentadas exclusivamente com pasto. A degustação de queijos maturados em caves naturais, acompanhados de hidroméis produzidos na propriedade, é uma experiência gastronômica que permanece na memória muito depois do último bocado.
A Fazenda Aracatu é um portal para o Brasil rural autêntico, mas com um toque de sofisticação que surpreende. Esta propriedade centenária preserva a arquitetura colonial enquanto abraça práticas agrícolas sustentáveis. O tour pelos jardins orgânicos é conduzido pelo próprio proprietário – um ex-executivo que trocou São Paulo pela vida no campo há uma década. Nos pomares, você pode colher frutas diretamente das árvores, enquanto aprende sobre técnicas de permacultura. O highlight da visita é a casa de queijos, onde métodos tradicionais europeus são aplicados ao leite de vacas Jersey alimentadas exclusivamente com pasto. A degustação de queijos maturados em caves naturais, acompanhados de hidroméis produzidos na propriedade, é uma experiência gastronômica que permanece na memória muito depois do último bocado.
O jantar no izakaya e cervejaria Black Finn é a prova de que Cunha não está presa no tempo ou em estereótipos rurais. A fusão de técnicas japonesas com ingredientes locais cria uma experiência gastronômica que poderia facilmente estar em Tóquio ou Nova York, mas ganha um charme especial por estar aninhada entre montanhas.
Dia 4: pedaladas e cafés
O tour de bike com a EcoJoy no quarto dia é para os corajosos — ou para quem quer compensar os excessos gastronômicos dos dias anteriores. As trilhas oferecem vistas que nenhum filtro do Instagram conseguiria reproduzir.
Almoce no Galpão do Alemão para uma experiência bávara autêntica nas montanhas. No espaço de atmosfera acolhedora, o proprietário produz cervejas seguindo a Reinheitsgebot (lei de pureza alemã) com água das nascentes locais. O menu celebra a culinária germânica e tem como especialidades o eisbein (joelho de porco) e as salsichas artesanais produzidas no local.
O Café Capril faz você repensar sua relação com o café. Lá, a bebida não é combustível, é protagonista. E quando servida com queijos produzidos localmente, torna-se uma experiência que faz você questionar por que voltaria para a cidade grande.
A massagem no Espaço Flor das Águas é o ponto final perfeito antes do jantar de despedida. Usando óleos essenciais produzidos na região, os terapeutas têm aquele toque que parece intuir exatamente onde estão suas tensões acumuladas.
Para o jantar, o Veríssima Bistrô proporciona uma experiência gastronômica marcada pelo charme e pela atmosfera intimista, rodeado pelo verde da serra. Sob o comando da anfitriã Vera Sorgiacomo, o restaurante une arte e culinária em um menu que valoriza ingredientes frescos e receitas exclusivas. Seus ambientes incluem um salão romântico decorado no estilo shabby chic, inspirado em casas de campo europeias, e um deck rústico contemporâneo, ambos pensados para criar um clima acolhedor e tranquilo. O cardápio, que pode variar, oferece pratos autorais com massas desenvolvidas especialmente para o local, opções vegetarianas e drinks criativos. É um espaço perfeito para quem busca momentos únicos em meio à natureza e boa mesa.


Dia 5: a despedida
O último dia, com trekking no Parque Estadual, é como um abraço de despedida da natureza pelas trilhas de uma preservada Mata Atlântica.
O almoço final no Clima da Serra tem um gosto agridoce — como toda boa despedida. Entre um brinde e outro, você já começa a planejar o retorno.
Além de um destino para fins de semana, Cunha é um estado de espírito que você leva consigo, junto com algumas garrafas de vinho, potes de geleia de lavanda e aquela cerâmica que você achou que não compraria, mas que agora ocupa um lugar de destaque na sua sala.
Como diria qualquer bom viajante: as melhores viagens são aquelas que fazem você se sentir uma pessoa diferente quando volta, e Cunha faz exatamente isso.
XoXo,